Escleroterapia

O que são

Injeção de substâncias – glicose hipertônica e polidocanol (espuma) – são as mais comuns – no interior dos vasos através de microagulhas, levando à irritação do endotélio e ao desaparecimento de microvarizes e telangiectasias (vasinhos). O método com espuma tem se estendido para as grandes varizes e vem sendo amplamente utilizado.

Vantagens

É feita no consultório médico sem anestesia e o paciente pode conduzir sua rotina de vida normalmente (trabalhar, dirigir e até praticar esportes).

Espuma Densa

O que é

Técnica que obstrui a veia doente com o polidocanol combinado com ar na forma de espuma. Por ser um medicamento denso, ele fica concentrado nas varizes por mais tempo, diminuindo seu volume instantaneamente. Vem sendo utilizado nas grandes veias em substituição à técnica da retirada das mesmas. Sua indicação deve ser avaliada com cautela, pois não veio para substituir a técnica cirúrgica e sim se somar à ela. É muito bem tolerada por idosos e pacientes com grau avançado de doença varicosa (como úlceras em atividade).

Vantagens

É realizado no consultório sem anestesia e o paciente pode conduzir sua rotina de vida normalmente (trabalhar, dirigir e até praticar esportes).

Convencional

O que é

Retirada de veias calibrosas e com refluxo por meio de pequenas incisões (cerca de 1 mm) escalonadas. Atualmente, as safenas são retiradas apenas por pequenos pontos plásticos no tornozelo e na virilha com perfeito resultado estético.

Quem deve fazer?

Portadores de varizes de médio a grosso calibres.

Pré-Operatório

O médico solicita ultra-som (duplex-scan/ecodoppler venoso) para mapear e estudar todo o sistema venoso, definindo, assim, os locais da doença e programando a tática operatória e as varizes a serem retiradas. Este estudo é muito importante para avaliar a necessidade de retirar as safenas haja vista que o médico tem sempre uma grande preocupação em preservá-las.

Anestesia

O tipo de anestesia dependerá da quantidade e do diâmetro das veias. Atualmente a equipe do Dr. Aécio prefere apenas a sedação. Utilizando medicações modernas, é possível realizar grande parte das cirurgias de retirada de varizes (exceto os casos de remoção da safena), as vantagens são inúmeras: não requer as anestesias na “coluna” tão indesejadas pelos pacientes (raqui e peridural); tão logo termina a cirurgia o paciente acorda e consegue movimentar as pernas, podendo receber alta em poucas horas.

Pós-Operatório

Tempo médio de internação hospitalar é de 12 horas, mesmo para a retirada das safenas. O período de repouso varia de três a 30 dias. Vale ressaltar que as veias retiradas numa cirurgia não provocam danos à circulação, uma vez que as saudáveis e o sistema venoso profundo normal se encarregam de garantir o fluxo de retorno.

À Laser (EVLT)

O que é

Conhecida em inglês como Endovenous Laser Therapy (EVLT) tem a aprovação dos órgãos de saúde europeus e americanos e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trata-se de um método minimamente invasivo, seguro e eficaz que não extrai as veias. Ele consiste na inserção de um tubo de fibra ótica nas veias. À medida em que é retirado, dispara o laser. A temperatura do sangue é elevada, o calor se transfere para a parede da veia e provoca a sua selagem.

Quem deve fazer

Pessoas com dilatações venosas, principalmente veias safenas e perfurantes. Também beneficia pacientes de alto risco cirúrgico – casos de úlcera varicosa, varizes de médio e grosso calibres, varizes com sangramento ativo, obesos ou indivíduos que vão se submeter à cirurgia bariátrica.

Vantagens

Oferece menor risco de lesões neurológicas, inchaços e hematomas (afinal, não há cortes, a perfuração é feita através de pequenas agulhas na pele) e exige menos tempo de recuperação. Depois de três a cinco dias, é liberado para caminhar e fazer natação/hidroginástica e em 15 dias está apto para executar outros exercícios físicos.

Com Ligadura Endoscópica Veia Perfurante

O que é

Antes de mais nada, é preciso explicar que as veias perfurantes são aquelas que comunicam o sistema venoso profundo com o superficial e que quando se dilatam, invertem o sentido do fluxo sanguíneo, levando à hipertensão venosa e suas implicações (inchaço, dor, coceira, manchas e feridas). O método consiste na realização de dois pequenos orifícios (logo abaixo do joelho) onde são introduzidas uma câmera de vídeo e uma pinça ou tesoura. Sob visão indireta (tela de vídeo) observa-se a veia perfurante doente que será desconectada com clipes metálicos e sem manipulação da área doente. O procedimento é feito em regime hospitalar, sob bloqueio anestésico intradural (raqui ou peridural) e sedação. Dura aproximadamente uma hora e o paciente tem alta no mesmo dia. Uma das vantagens é que pode ser realizada com a úlcera ativa e dispensa uma grande incisão na perna.

Quem deve fazer

Pacientes com veias perfurantes insuficientes que não obtiveram sucesso com a técnica convencional (se o médico entender que a dificuldade de acesso prejudicará a desconexão da veia perfurante por abordagem direta) e nos casos em que o paciente tem apenas veias perfurantes insuficientes sem associação com varizes.

Vantagens

A técnica assegura ter a causa da doença tratada, permitindo ao cirurgião chegar até a área cirúrgica por via indireta, preservando a região doente (eczema, fibrose e úlceras) de traumas diretos. É um método menos invasivo, de melhor resultado estético e com menor risco de infecção. Outro ponto positivo é o tempo de recuperação – cerca de 10 dias, um terço do tempo necessário no pós-operatório pelo método aberto.

Doença Arterial Obstrutiva Periférica

O que é

Consiste no estreitamento das artérias, principalmente devido à aterosclerose (processo crônico, progressivo e sistêmico como conseqüência de uma inflamação proliferativa da superfície arterial), levando à formação de uma placa de ateroma que evolui lentamente e pode culminar com a oclusão parcial ou total dos vasos.

 

Causas

Os fatores de risco para contrair esta doença são:

– Tabagismo: considerado em muitos estudos como o fator mais importante para doença aterosclerótica aumenta em 2 a 3x a chance de desenvolver doença coronariana e trombose nos membros inferiores.

– Diabetes: acelera o processo aeterosclerótico, passando a acometer também as artérias de pequeno calibre. Estima-se que cada 1% de aumento da hemoglobina glicada (exame que identifica a quantidade de açúcar no sangue) pode acarretar aumento de até 25% de doença obstrutiva periférica.

– Obesidade: leva ao aumento da resistência à insulina que é um elemento de conjunção de fatores de risco: dislipedemia, hipertensão e diabetes. Todos fatores de risco para aterosclerose.

– Hipertensão arterial: níveis pressóricos máximos de 130 por 70 mmHg devem ser mantidos. Um homem hipertenso aumenta em até 2,5 vezes a chance de desenvolver doença aterosclerótica e a mulher 3,5 vezes.

– Colesterol alto: deve-se manter os seguintes níveis – HDL maior do que 40mg/dl (colesterol “bom”), LDL menor do que 100mg/dl (colesterol “ruim”) e Triglicérides menor do que 150mg/dl

– Homocisteína: substância que quando em excesso pode destruir o endotélio vascular, aumentando o risco de aterosclerose não somente dos membros inferiores, mas também coronariana (coração) e carotídea (artérias que levam sangue para o cérebro).

– Sedentarismo: exercícios programados são de vital importância para prevenção e tratamento da circulação periférica.

Sintomas

A queixa mais freqüente do paciente é a dor do tipo claudicação intermitente (indivíduo caminha e ao atingir uma certa distância inicia quadro de dor, câimbra ou queimação do músculo) que se manifesta conforme o grupo muscular irrigado pela árvore arterial obstruída. Nas obstruções aorto-ilíacas (grandes artérias) a claudicação intermitente gera dor nas panturrilhas e nos músculos das coxas e dos glúteos. Nas oclusões do segmento fêmoro-poplíteo (artérias da coxa) a dor para caminhar ocorre na panturrilha durante a atividade física cedendo com repouso. Ainda que tenha relação direta com o grupo muscular, a dor se diferencia da presente nas doenças que acometem as raízes nervosas (como estreitamento da coluna e hérnias de disco). E quando a falta de sangue é mais intensa leva a dor contínua mesmo em repouso, podendo ser acompanhada de lesões tróficas (úlcera ou gangrena), caracterizando isquemia severa e com chances de acarretar a perda do membro.

Diagnóstico

Clínico e radiológico

diagnóstico clínico avalia a história, os fatores de risco e os sintomas (como claudicação intermitente, alterações de pele/descamação, unhas quebradiças e manchas, dor em repouso e lesões tróficas). É muito importante durante o exame físico a palpação dos pulsos para definir o grau e a localização da obstrução.

O radiológico compreende o doppler ultra-som ou o duplex-scan que analisam as características do vaso, revelando seu grau de obstrução. Não-invasivo, estes métodos apresentam boa sensibilidade e especificidade, sendo os de primeiras escolhas dos exames diagnósticos.

A arteriografia ainda é o método de escolha para programar as intervenções (cirurgia ou angioplastia).

A angioressonância e angiotomografia são mais modernas e pouco invasivas e auxiliam a mapear o sistema circulatório.

 

Tratamentos

O clínico reúne o controle dos fatores de risco (pressão alta, diabetes, obesidade, tabagismo e colesterol alto), a prática de atividades físicas regulares (caminhadas diárias mostram-se eficientes no aumento da distância percorrida para pacientes com claudicação intermitente), a adoção de dietas balanceadas e a abolição do fumo.

O medicamentoso leva em conta o uso de anti-agregantes plaquetários (AAS, tidopidina ou clopidogrel), de hemorreológicos (cilostosol) e estatinas.

Endovascular – é recomendada para obstruções menores e utiliza cateteres para chegar à lesão estenótica a qual se corrige através da dilatação com um pequeno balão seguido ou não da colocação de um stent (dispositivo metálico semelhante a uma mola que mantém a artéria aberta impedindo sua reoclusão). Dispensa cortes grandes e ainda tem as vantagens de curto período de estadia hospitalar e recuperação rápida.

O cirúrgico é indicado apenas para os indivíduos com risco de perda do membro, dor em repouso ou lesão trófica e nos indivíduos ativos nos quais a dor para caminhar os impedem de executar suas atividades. Também usado nos casos em que o procedimento endovascular (angioplastias e stents) não solucionam o problema.

Dicas

As medidas gerais são: avaliação periódica de parâmetros sanguíneos, especialmente colesterol e frações (lipidograma) e glicose (glicemia em jejum), praticar exercícios físicos com regularidade (de preferência caminhada diária de 30 a 60 minutos), parar de fumar, controlar o peso corporal por meio de dieta equilibrada e com restrição à ingestão de gorduras e frituras, carnes vermelhas, açúcar, doces, massas etc. (devem ser trocadas por carnes grelhadas, peixe, frutas ou verduras frescas) e avaliação periódica do coração e da pressão arterial.

As medidas para evitar lesões nos pés são: evitar traumas, nunca aquecê-los com água ou compressas quentes, usar meias de algodão para proteger e aquecê-los (as sintéticas e de lã não devem ser utilizadas por diabéticos), secar com cuidado os espaços entre os dedos e aplicar talco antisséptico nestes locais para evitar frieiras, não usar substâncias que possam agredir a pele da região, aparar unhas com cuidado, evitar cortar calos, não andar descalço, usar calçados confortáveis, realizar higiene cuidadosa dos pés e procurar o médico regularmente.

Trombose Venosa

O que é

Doença que pode acometer o sistema venoso superficial ou profundo. Quando acomete o superficial é chamada de tromboflebite. No segundo caso é chamada de Trombose Venosa Profunda. A distinção entre ambas é muito importante, pois define o tratamento e a gravidade.

 

Tromboflebite

A tromboflebite é o entupimento das veias superficiais por coágulos sanguíneos. Ocorre na maioria das vezes nas veias varicosas. O quadro clínico é de dor, inchaço, endurecimento e vermelhidão no trajeto correspondente a uma veia previamente existente. O tratamento consiste no uso de anti-inflamatórios, analgésicos, compressas e aplicação de pomadas à base de substâncias que dissolvem o coágulo. Nos casos mais severos envolve até mesmo a drenagem do trombo.

Trombose Venosa Profunda

É uma doença muito comum e nem sempre é diagnosticada na fase aguda, podendo tanto levar à sequelas futuras como à morte na fase aguda por embolia pulmonar (trombo que se solta das veias doentes e chegam até a artéria pulmonar). Estudos americanos mostram que 2 milhões de pessoas apresentam TVP anualmente e que 50% dos doentes ficam com seqüelas como a hipertensão venosa.
quadro clínico vai de leve (trombose de veias distais/abaixo do joelho) a severo (trombose de veias proximais/femorais, ilíacas e cava) com dores (geralmente na panturrilha), inchaço e endurecimento na região acometida e até febre.
As causas estão atreladas a três anormalidades no sistema venoso descritas pelo estudioso Veirchow: Estase venosa por imobilização, repouso pós-operatório, pós-parto, gestação, síndrome de Cockett e plegia (paralisação após uma lesão neurológica), Anormalidades na parede da veia em função de trauma, queimadura ou varizes e Composição anormal do sangue fruto do uso de anticoncepcional hormonal, tumor maligno e trombofilia (o sangue é mais coagulável em virtude de heditariedade: deficiência de proteina C e S, antitrombina III, fator V de Leiden ou mutação no gene da protrombina ou alteração adquirida: hiperhomocisteinemia e anticorpo antifosfolípede).
diagnóstico ocorre por exame clínico e a confirmação é pelo estudo radiológico – principalmente com auxílio do doppler ultra-som.

tratamento consiste em medidas gerais para prevenir a progressão e o desprendimento do trombo: manter as pernas elevadas durante repouso e usar meia elástica, analgésicos ou anti-inflamatórios; usar anticoagulantes – injeções de heparina na fase aguda (as variações mais comuns são enoxaparina, fraxiparina e dalteparina) e mais recentemente o desenvolvimento de medicações de uso oral (fase de testes). A estas drogas também é aliado o anticoagulante varfarina. Esta combinação é feita em média por dez dias, sendo mantida apenas a varfarina por entre 3 e 6 meses (há casos em que o paciente precisa tomar o remédio durante toda a vida); usar fribrinolíticos – esta alternativa moderna e cada vez mais em uso requer internação hospitalar para infundir dentro da veia substâncias que fragmentam ou desfazem o trombo e permitem a reabilitação total da veia; usar filtro de veia cava – aparato colocado na veia cava inferior com o objetivo de impedir a progressão de trombos que saem do membro doente e chegam ao pulmão (quadro de embolia pulmonar) e é um recurso utilizado em indivíduos com contra-indicação a anticoagulantes medicamentosos.

Cirurgia – método pouco utilizado e com resultados pouco animadores que remove o trombo de forma mecânica.

Aneurismas

O que são

Aneurismas são dilatações em razão do enfraquecimento da parede das artérias de qualquer parte do corpo. Estas dilatações fazem a artéria ultrapassar 50% de seu diâmetro original (por exemplo: uma artéria de 2 cm de diâmetro passa a ter 3 cm).

Ocorrem devido aos problemas congênitos e infecciosos, traumas e à aterosclerose. Podem acometer todas as partes do corpo: na aorta abdominal, no cérebro (aneurisma cerebral), na perna atrás do joelho (aneurisma da artéria poplítea), no intestino (aneurisma da artéria mesentérica) e no baço (aneurisma da artéria esplênica). A origem aterosclerótica tem como fatores de risco: tabagismo, hipertensão arterial, sedentarismo, níveis de colesterol e de triglicérides altos e diabetes.

Sintomas

Os sintomas dependem do local do aneurisma. Se o aneurisma ocorre próximo à superfície do corpo, o doente sente e percebe a massa pulsátil. Se comprime alguma estrutura ao lado, pode provocar dor. Já os aneurismas mais internos ou no cérebro – os mais freqüentes – geralmente não causam sintomas.

O quadro mais grave é a ruptura que quando ocorre se manifesta por sintomas relacionados à respectiva localidade: nas artérias das pernas causam isquemia distal com falta de sangue na extremidade que pode levar a perda do membro. Na aorta, no baço e no intestino (abdome) a ruptura provoca intenso sangramento com altas taxas de mortalidade (a cada 10 pacientes apenas dois conseguem sobreviver em média). Os aneurismas da aorta abdominal costumam crescer lentamente e a metade dos pacientes com ruptura da aorta morre antes de chegar ao hospital.

Diagnóstico

O clínico é feito por meio de exame físico: a massa pulsátil pode ser palpada ou ser motivo de queixa do paciente.

O radiológico utiliza ultra-som (indolor, de fácil acesso e eficiente). A doença costuma ser um achado na investigação de outras doenças como próstata e vesícula biliar ou tomografia computadorizada/angiotomografia ou angioressonância (mostram detalhes do aneurisma e ajudam a programar a cirurgia).

Tratamentos

Aneurisma da aorta abdominal: nem todos os aneurismas têm necessidade de uma operação, mas precisam ser administrados a partir do controle dos fatores de risco e de monitoramento por exames radiológicos. O risco de ruptura é proporcional ao tamanho do aneurisma e a conduta é determinada de acordo com o seu diâmetro. As intervenções cirúrgicas acontecem para aqueles com diâmetro maior que 5 cm ou nos que crescem mais do que 5mm a cada seis meses. É claro que cada paciente deve ser avaliado particularmente. A intervenção tem recomendação quando a ameaça de ruptura do aneurisma é maior do que o risco da operação.

– Cirurgia convencional: método consagrado – feito sob anestesia geral através da abertura da cavidade abdominal, de forma que a área da artéria dilatada é trocada por uma artéria sintética a fim de restituir a passagem do sangue.O pós-operatório é feito em UTI e o paciente recebe alta em torno do 4°ou 5°dias. Vale saber que é considerada uma grande cirurgia com taxas de complicação (morte e seqüelas graves) de aproximadamente 3% nos melhores centros do mundo. A cirurgia bem-sucedida proporciona uma perspectiva de vida excelente para o paciente.

– Cirurgia endovascular: considerada uma revolução no tratamento vascular, trata-se de um procedimento que utiliza tecnologia e instrumentos especiais para colocar uma malha metálica/stent/endoprótese no interior do aneurisma, isolando o trajeto do sangue desta área antes dilatada.

A escolha entre a cirurgia convencional e a endovascular dependerá da anatomia do aneurisma (forma, tamanho e localização) e estado clínico do paciente.

O método endovascular tem como vantagens: menor tempo de procedimento, em média uma ou duas horas; não requer cortes ou abertura da cavidade abdominal; a permanência hospitalar é em torno três dias e é melhor suportado pelos pacientes de alto risco cirúrgico (como os com doença pulmonar, idosos ou debilitados). Diferentemente do método convencional, pode ser realizado sob sedação, não necessitando anestesia geral.

No pós-operatório, o paciente praticamente não apresenta dor e retoma suas atividades rapidamente. Novas técnicas e novos materiais vêm sendo desenvolvidos para em pouco tempo suplantar definitivamente a técnica convencional (cirurgia aberta).

Acidente Vascular (AVC)

O que é

Obstrução do vaso cuja função é levar sangue do coração até o cérebro, tendo como principal causa a aterosclerose. A doença cerebrovascular é a terceira maior causa de morte dos Estados Unidos. Um terço delas ocorre por oclusão total ou parcial das artérias carótidas. O grau de comprometimento pode ser leve (menor de 50%), moderado (entre 50 e 60%) ou grave (superior a 70%).

Causas

Acúmulo de gorduras, de fibrose ou calcificação na parede das artérias, levando progressivamente à obstrução dos vasos (estenose).

Sintomas

Pode ser assintomática ou manifestar-se por meio de sinais e sintomas compatíveis com a região acometida. A pessoa pode sofrer um ataque isquêmico transitório (com perda da visão de um olho, paralisia, plegia, alteração da fala, alteração do equilíbrio e desvios dos músculos da face que desaparecem em no máximo 24 horas) ou isquemia definitiva (AVC).

Diagnóstico

Radiológico – ultra-som doppler (duplex-scan), angiotomografia e angiorresonância.

Tratamentos

São definidos a partir do grau de estenose:

Menor do que 70% alia-se tratamento clínico com controle dos fatores de risco para aterosclerose, anti-agregantes plaquetários e estatinas;

Maior do que 70% leva em conta a idade, a qualidade e a perspectiva de vida do doente, bem como se a doença produz ou não sintomas, para determinar a melhor intervenção:

Endarterectomia – método cirúrgico consagrado e seguro feito através de uma incisão no pescoço por onde é retirada a placa que obstrui a artéria carótida. Tem duração de aproximadamente 1 hora e permanência hospitalar de 48 horas.

Angioplastia de carótida com stent – destinada a pessoas que já se submeteram à cirurgia no pescoço, radioterapia ou endarterectomia. O procedimento (sob sedação ou anestesia geral) também tem duração de cerca de 1 hora e o doente costuma receber alta no dia seguinte.

Mioma Uterino

O que é

Tumor benigno originado do tecido muscular liso que pode existir em diversos órgãos do nosso corpo. No entanto, o local onde ocorre com maior freqüência é o útero. Estima-se que entre 30 a 40% das mulheres na idade reprodutiva sejam portadoras de mioma e destas pelo menos um terço necessita de tratamento. Anualmente, nos Estados Unidos, mais de 40 mil mulheres realizam miomectomia (retirada de mioma) e outras 250 mil estão sob tratamento hormonal.

Causas

Suas causas são desconhecidas, mas acredita-se que há alguma base genética e que o estrógeno (hormônio sexual feminino) influencia o seu desenvolvimento.

Sintomas

A grande maioria é assintomático e descoberto em exames de rotina. Porém, pode causar sangramento menstrual prolongado e abundante, culminando com anemia crônica; sensação de peso no baixo ventre; vontade constante de urinar com sensação de pressão na bexiga; dor lombar; dispaneuria (dor nas relações sexuais), aumento do volume abdominal e infertilidade.

Diagnóstico

Clínico: leva em conta os sintomas referidos.

Radiológico: ultra-som simples abdominal ou ginecológico são os exames de rotina mais utilizados. De fácil acesso e baixo custo, propiciam a identificação precisa e permitem o acompanhamento. Angiotomografia e angioressonância são exames mais sofisticados e reservados aos casos nos quais se pretende realizar a embolização.

Tratamentos

Hormonal: tratamento à base de compostos progestacionais ou com agonistas gonadotróficos tem se mostrado uma opção eficaz para melhorar os sinais e os sintomas e reduzir o volume uterino, mas a interrupção desses medicamentos provoca rapidamente o retorno do mioma, além das reações adversas destes hormônios.

Tratamento cirúrgico: miomectomia/retirada do mioma ou histerectomia/retirada do útero. Ambos são procedimentos cirúrgicos consagrados, mas demandam alguns dias de internação e prolongados períodos de recuperação, sem falar nos riscos inerentes às cirurgias tanto os durante o procedimento (hemorragias, lesões de intestino e de ureter) como as complicações tardias (bridas que podem levar à infertilidade).

A ablação endometrial (retirada por via vaginal) surgiu como uma alternativa minimamente invasiva, porém com altas taxas de reincidência.

Embolização foi descrita pela primeira vez pelo Dr. Jacques Ravina em 1995 e é um método endovascular (feito através da introdução de um cateter pela virilha) que dá acesso à artéria responsável pela irrigação do útero. Pelo cateter são introduzidas pequenas partículas que obstruem o fluxo de sangue para este órgão. Com isso, os miomas – por serem tumores altamente vascularizados – sofrerão isquemia (falta de sangue), iniciando sua regressão e seu desaparecimento. Trata-se de um método inovador que permite às mulheres uma alternativa eficaz de tratar a patologia e preservar o útero.