Linfedema

O que é

Na história, foi descrito pela primeira vez por Hipócrates em 460 a. C. com a denominação de sangue branco. É importante saber que as artérias transportam o sangue para nutrir as células e os tecidos. Após a troca de nutrientes, o sangue pobre em oxigênio retorna pelas veias. Líquidos e substâncias não retirados dos tecidos pelas veias formam a Linfa – composta por água, proteínas, gorduras e resíduos orgânicos. Estas substâncias são levadas pelos vasos linfáticos aos gânglios para filtração e limpeza e devolvidas à circulação novamente. Quando esta drenagem não é efetiva ocorrerá sobrecarga do sistema linfático, propiciando o aparecimento do linfedema, ou seja, alteração na absorção ou condução da linfa que resulta em um acúmulo localizado de líquido nos membros superiores ou inferiores (braços ou pernas). Os linfedemas são classificados como primários ou secundários. Os primários dividem-se em precoces (indivíduos com até 35 anos) e tardios (indivíduos acima de 35 anos), tendo como origens as alterações na anatomia do sistema linfático. Já os linfedemas secundários (mais comuns) ocorrem mediante causas externas.

Causas

Podem ser de origem congênita (anomalias no desenvolvimento do sistema linfático) ou decorrente de alguma agressão física, química ou infecciosa (exemplos: retirada da mama e dos linfonodos axilares, radioterapia, fraturas, traumas, queimaduras, tatuagens, processo infeccioso da pele e do tecido celular subcutâneo). Dentre estas causas, a mais freqüente é a de origem infecciosa, denominada erisipela ou linfagite.

Sintomas

Inchaço da área afetada, aumento de volume, aumento de peso, perda parcial da funcionalidade e alteração de estética.

Diagnóstico

clínico leva em conta os sinais e os sintomas da doença, podendo ser utilizada a linfocintilografia (exame feito através da injeção na extremidade de radioisótopos que mapeiam todo sistema linfático).

Tratamento

O tratamento não é curativo e sim de controle clínico para manter o membro com o menor volume possível e possibilitar ao paciente maior qualidade de vida e integração social. Consiste de várias técnicas aplicadas conjuntamente, dependendo da fase em que se encontra a doença: cuidados com a pele, drenagem linfática manual, uso de botas de compressão pneumática, contenção na forma de enfaixamento ou por luvas/braçadeiras e cinesioterapia específica. O tratamento é dividido em duas fases – a primeira para redução do volume do membro e a segunda para manutenção e controle do linfedema. Além disso, drogas que atuam na drenagem linfática como diosmina-hesperidina e rutosídeos também podem ser utilizadas. Já a cirurgia é raramente indicada devido à sua ineficácia.